terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

10 minutos

Eu andava e andava. Era como se meus pés estivessem presos a ele. Tudo que eu via tinha um pedaço dele: a bancada de jornais, uma camisa do flamengo, uma lingerie roxa na vitrine, um casal de mãos dadas. Era como se eu respirasse ele. Mesmo fugindo, buscando novos olhares... Tudo ainda era ele. Eu iria conseguir? Deixá-lo por um simples motivo que seria resolvido com um simples "me desculpa"?! Parecia injusto. Não parecia real. Mas era. Era injusto e era real. Por que ele não se desculpava? Eu poderia perdoar, não poderia?! Mas não era questão de perdão. Eu vi nos olhos dele que o que dizia era um engano. Ele não podia simplesmente dizer que não me queria mais. Jogaria tantos meses de namoro fora? Jogaria nossas confissões, nossos beijos, nossas esperanças fora? ME jogaria fora?

Percebi que estava sentada num canto da praça, em um banco embaixo de uma grande árvores com flores cor de rosa. As lágrimas estavam derramadas no meu rosto. Eu não me contive, afinal já havia fugido dele mesmo e ele fora embora de mim. Por quanto tempo? Estava ali há uns 10 minutos? Pareciam tantas horas, meu Deus.

Eu o vi. Corria chamando meu nome. Quase não acreditei. Eu teria esquecido algo na casa dele? Sim. Eu esqueci meu coração que vinha de volta com ele e toda a minha felicidade estava em suas mãos. Eu sabia que amor não acabava e eu não amava sozinha. Ele se abaixou, sentou-se no banco e pegou minha mão. Senti meu coração voltando ao lugar e a felicidade embrulhada num papel vermelho me receber de braços abertos. Nós ainda nos amávamos como antes, foi questão de 10 minutos para ele entender.

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